Ainda que Glenn Jones venha
colaborando com as irmãs Laura e Meg Baird, a música deste veterano de Cambridge
no Massachusetts está hoje longe das avalanches psicadélicas dos Heron
Oblivion.
Na verdade estão também distantes os tempos do
experimentalismo vanguardista dos Cul de
Sac ( a banda que liderou entre 1991 e 2004 ), um dos segredos musicais
melhor guardados da música da costa este.
Desde há uma dúzia de anos, Glenn Jones abraçou a tradição da
guitarra acústica americana e, dos seis álbuns a solo que gravou, transparece uma
profunda paixão, quer pelo riquíssimo legado sonoro da cordilheira dos
Apalaches, quer pelas reinterpretações que daquele fizeram talentos como John Fahey, Peter Walker, Robbie Basho,
Harry Taussig ou Jack Rose.
“Fleeting”, captado e produzido por Laura Baird, é o mais
recente capítulo desta interessante saga. “Apenas” com recurso a uma guitarra
acústica de seis cordas e um banjo, Jones conta-nos dez histórias singelas,
inspiradas nos recantos, sons e paisagens do Rancocas Creek, um dos afluentes
do Delaware River. E nada podia ser mais natural e tranquilo.