Do eixo Manchester / Liverpool acabam de chegar os novos Dead Sea Apes e Mugstar: “Spectral Domain” e “Magnetic
Seasons” respectivamente.
Do trio mancuniano espera-se o “drone”, suportado por uma
secção rítmica de betão, sobre a qual evoluem as espirais da guitarra de Brett
Savage. Desde 2011 que os Dead Sea Apes vêm colecionando trabalhos importantes,
através de uma linguagem aparentemente monolítica mas de janelas abertas para o
pós-rock. A tudo isto adicionam um experimentalismo que os diferencia de todos
os outros.
“Spectral Domain”, como era previsível, transporta toda aquela
tensão que emerge do confronto da guitarra com o baixo teutónico, deixando à
bateria o ónus de colar os cacos. A novidade são porém os sintetizadores.
Presença até aqui pouco habitual, surgem na peça de abertura “Universal
Interrogator”, conferindo uma ainda maior textura a uma sonoridade já em si
densa. Em crescendo e já vão no terceiro álbum.
Mais próximos da kosmische musik e da “urban guerrilla” inventado
pelos Hawkwind, os Mugstar utilizam a fórmula para criar
paisagens sonoras que oscilam entre o épico e o contemplativo. Umas e outras,
cada uma a seu modo, são absolutamente aditivas. Ao quinto lp de originais – “Magnetic
Seasons” - começa a não ser fácil inovar, mas as tão peculiares densidade
e intensidade, permanecem aqui tão presentes como recomendáveis.