Ao contrário do que sucede nos Estados Unidos e Canadá, a
história das prensagens privadas no Reino Unido ainda está por fazer. Conhece-se a ponta do iceberg. O que está por
baixo permanece um segredo demasiado bem guardado.
De quando em vez emergem algumas surpresas. Como por exemplo
os Gigymen. Nascidos em Cambridge em meados de 1972, pela
mão de John Porter e Alan Harvey evoluíram enquanto obscuro projecto de folk
rock tradicional, até aterrarem num
estúdio, dois anos volvidos. À data “Gigymen” conheceu uma edição de 100
exemplares e, sem promoção e/ou concertos que o sustentassem, rapidamente se
tornou em mais uma discreta obscuridade.
A recente reedição fez-lhe alguma justiça. Não sendo um disco
imaculado, “Gigymen” possui os seus encantos. As adaptações de tradicionais
irlandeses ( “As I roved out” ) ou escoceses ( “Gypsy Laddie” ) são
suficientemente convincentes para justificarem a respectiva audição. “Rocky
Road to Dublin” descende da linhagem Fairport Convention, embora o baixo seja
mais influenciado por Phil Lesh ( Grateful Dead ) que por Ashley Hutchings. “Plain
Jane” é uma interessante balada folk-rock, mas as restantes canções originais
são pouco mais que medianas.
Tudo somado uma curiosidade histórica que vale a pena
conhecer, ainda que as expectativas não devam ser colocadas a um nível muito alto.
Nota: nos anos 80, o baterista Alex Cooper integrou com Kimberley Rew e
Katrina Leskanich, o projecto festivaleiro
Katrina & The Waves