Em 2010, o crítico e ensaísta Rob Young publicou “Electric Eden, Unearthing Britain’s Visionary
Music”, um belíssimo livro onde a investigação e a opinião caminham em quase
perfeita sintonia.
As raízes da música folclórica britânica, o exemplo dos
investigadores que recolheram e preservaram tradições orais, os trovadores
pioneiros que lhes deram forma desde os anos 50 do século XX, os músicos que
corporizaram a chamada “folk revival” dos 60s, a componente esotérica e pagã e
os respectivos palcos de celebração colectiva ( Glastonbury e Stonehenge ), até
o pop mais visionário ( Kate Bush, Julian Cope, Talk Talk ); tudo ou quase tudo
foi abordado e poucas pedras terão ficado por virar.
Dois anos volvidos, os ecos do livro ainda se fazem sentir.
Natural portanto a edição de uma
vertente áudio e, “Electric Eden, Unearthing Britain’s Visionary Music” , um
duplo cd aí está, para gaudio dos que leram o livro e uma espécie de “hors
d’oeuvres” para os que o irão fazer. (“Welcome to Electric Eden – a secret garden deep within Albion’s musical
landscape, nourished by nostalgia for a bygone golden age, and fulled by a
progressive spirit of change for the future”).
São 36 temas, cirurgicamente escolhidos e que espelham
na perfeição a paisagem do folk-rock britânico entre 67 e 73, período em que
atingiu o respectivo zénite criativo. De acordo com os gostos e preferências
individuais, existirão sempre omissões. Mas o que “Acoustic Eden” (CD1) e
“Electric Albion” (CD2) incluem, é tão só o “crème de la crème” de uma
expressão musical absolutamente fundamental e perene.