“World Countdown advocates that MUSIC is a strong emotional
unifying force for good, and if promoted and expanded it will unite peoples of
all tribes, languages, colours, countries and circumstances in peace and love.
Hence the predominant purpose of this newspaper.”
( Charles Royal, February 1967 )
Por vezes referido como Royal’s World Countdown, o jornal World
Countdown foi publicado na California ( San Francisco e Hollywood ) entre os
anos de 1966 e 1969. Editado por Charles Royal, foi objecto de periodicidade mensal,
quinzenal ( mais tarde ) e conheceu 29 edições.
Magazine raro, mesmo na época, foi lançado em formato
tabloide, começando por ser conhecido como “The First Worldwide Big Beat
Newspaper” para, ironicamente e tendo em conta a relativa obscuridade, terminar
apelidado de “This Earth’s Leading Newspaper”.
O agora publicado “World Countdown, Music Newspaper, August
1966 – July 1967” ( Edição de Richard Morton Jack, publicação de Lansdowne
Books Limited ) reproduz página por página as primeiras 16 edições do jornal,
abrangendo o fim da carreira dos Beatles e o pleno florescimento do rock
underground com o Monterey International Pop Festival.
Provavelmente o único álbum onde Jimmy Page e Richard
Thompson partilham a guitarra solo, “Love Chronicles” foi editado no Reino Unido
em Janeiro de 1969.
Nos Estados Unidos e Canadá, o disco foi licenciado pela Epic que
optou por um design diferente. No caso recuperando a foto de Sophie Litchfield
que figurava no verso da capa inglesa, para a destacar na frente.
Um dos grandes discos de Al Stewart ( “Zero she flies” será outro
), “Love Chronicles” conta com mais prestações da família Fairport Convention.
Assim, para além de Richard Thompson ( sob o pseudónimo de Marvyn
Prestwick por razões contratuais ), estão também presentes Ashley
Hutchingsno baixo, Martyn Lamble (
Martyn Francis ) na bateria e Simon Nicol ( Brian Brocklehurst ) na guitarra.
1968, Greenwich Village, Nova Iorque. Richard Tucker,
Campbell Bruce e Bert Lee, formam uma banda a qual titulam Richard, Cam &
Bert.
Cantores veteranos do Central Park e das ruas MacDougal e
Bleecker, colaboraram regularmente com Fred Neil, Tim Hardin e Karen Dalton ( à
época casada com Tucker), tendo actuado amiúde nos conhecidos Gaslight Cafe, Village
Underground ou Olive Tree Cafe.
Daí até gravarem para a Trilogy Records o hoje esquecido e
menosprezado álbum “PrivatePressing” (
1970 ) foi um pequeno passo.
Previamente, meados de 1969, o trio frequentara os
Peer-Southern Studios gravando um conjunto de demos exploratórias cujo
objectivo, entre outros, seria produzir material/canções passíveis de serem
vendidas a outros artistas. Alguns desses temas acabaria regravados para
“Private Pressing”; a maioria porém permaneceu inédita.
“Somewhere in the stars”
recupera o resultado daquelas sessões, permitindo o contacto com as
primeiras gravações do grupo.
A atmosfera é rústica e descontraída. No conjunto, os 13
títulos soam francamente agradáveis e, a
espaços, inspiradores.
As raízes e influências estão todas lá: “Sweet Mama”, uma
versão do tema de Fred Neil; “Sleeping in the garden” escrita a meias entre
Tucker e Karen Dalton; “Are you leaving for the country” outra canção de Tucker
repescada em 1971 por Karen Dalton para o seu álbum “In my own time”.
Para além destas, refiram-se ainda os coloquiais “Sitting in
the kitchen” e “My health is failing me Baby” mas, sobretudo, o tocante “One of
these first nights”, um título de Campbell Bruce a merecer ser resgatado da
penumbra que o reteve mais de meio século.
( Richard Tucker e Karen Dalton )
Os incondicionais de Tim Hardin detectarão em “Somewhere in
the stars” ecos que lhes parecerão familiares. Faz todo o sentido; enquanto juntos
Tucker e Dalton formaram um trio com o compositor originário do Oregan, tendo
realizado diversas actuações.
Tudo somado, uma muito interessante curiosidade histórica.
Ida "Will you find me" ( Tiger StyleTS005 ) CD, USA, 2000
- "Down on your back" ( Daniel Littleton )
- "Maybelle" ( Daniel Littleton / Elizabeth Mitchell )
- "This water" ( Karla Schickele )
- "Shrug" ( Daniel Littleton )
- "The Radiator" ( idem )
- "Shotgun" ( idem )
- "Turn me on" ( Daniel Littleton / Elizabeth Mitchell )
- "Man in mind" ( Karla Schickele )
- "Past the past" ( Daniel Littleton )
- "Georgia" ( Elizabeth Mitchell )
- "Triptych" ( Daniel Littleton )
- "Firefly" ( Karla Schickele )
- "Encantada" ( Daniel Littleton / Elizabeth Mitchell )
- "Don't get sad" ( Daniel Littleton )
Ida: Daniel Littleton ( voz, guitarra, piano, wurlitzer e orgão ), Elizabeth Mitchell ( voz, guitarra e wurlitzer ), Karla Schickele ( voz, baixo, piano e orgão ) e Michael Littleton ( bateria, percussão, acordeão ); com: Ida Pearle ( violino ), Rick Lassiter e Andrew Hall ( duplo baixo ), Cecilia Littleton ( viola e violino ), Sue Havens ( acordeão e clarinete ), Tim Thomas ( piano ), Tara Jane O'Neil ( melodica ), Cynthia Nelson ( harmónica ), Bernie Worrell ( wurlitzer e moog ), Elaine Ahn ( violoncelo ), Rose Thompson ( piano ), Eddie Gormley e Hanna Fox ( percussão ) e Warn Defever ( ditafone ).
Gravado nos Dreamland Studios entre Novembro 1998 e Maio de 1999.
“There was blues in Detroit, gospel, R&B, rock and jazz. It made more of a community - ´We’re from Detroit and proud of it´. We were part of a great community that was really unique. It didn’t really exist anywhere else. It had to do with Detroit being a factory town, being a hard-working town. This work ethic cut across to everything. The people worked hard, and they wanted to see their bands play hard. It also created an openness for the cross-pollination between black music and what we did as white rockers that didn’t exist anywhere else.” ( Wayne Kramer, MC5 )
No que concerne ao Michigan e à cidade de Detroit em particular, do ponto de vista musical nenhuma história ficará completa se não considerar os Funkadelic, os Detroit de MitchRyder e Steve Hunter, Bob Seger, Ted Nugent com os Amboy Dukes ou Stevie Wonder nas fases iniciais das respectivas carreiras.
Logo a compilação “Motor City is burning, a Michigan Anthology 1965-1972”, onde por dificuldades de licenciamento dos direitos, aqueles nomes estão ausentes, não poderá ser considerada definitiva.
Contudo, tem os seus méritos, como de resto a maioria das colectâneas onde o nome de David Wells surge como curador e anotador.
Wells optou por segmentar a abordagem. Assim o CD1 incide no garage/fuzz/psych, o CD2 o hard/heavy rock, enquanto o terceiro se debruça sobre o funk, o soul e zonas limítrofes.
Daqui se infere que muito dificilmente poderia ser um trabalho homogéneo, desde logo porque uma das vertentes, o hard-rock, surge claramente datado aos ouvidos de hoje.
Dito isto, parece razoável voltar a subdividir a compilação em três outras áreas: os clássicos, as obscuridades e as curiosidades.
No que respeita aos clássicos, salientar: a versão de “I can’t get no satisfaction” dos Terry Knight and The Pack, os Scot Richard Case com “I’m so glad” tornado popular pelos Cream e Deep Purple, “1969” dos Stooges, “I’m alive” de Tommy James & The Shondells, o tema que dá título à compilação, autoria de John Lee Hooker ( mais tarde objecto de revisão algo abusiva pelos MC5 ), “Ball of Confusion” dos Temptations, “Teenage Lust” pelos MC5, “Reflections” Diana Ross & The Supremes ou “Up all night” dos SRC.
Quanto às obscuridades destaque mais do que justificado para “Help me find myself” lado B do excelente e raríssimo single dos The Troyes, “Somehow” o também single dos The Thyme para a A-Square, o inédito “Outside woman blues” versão dos Felix para um tema dos Cream de “Disraeli Gears”, “Dreams selection” um título psico-prog assinado pelos Sunshine num single para a Bumpshop e “Brave new world” escrito pelos BOA para o álbum “Wrong Road”.
No campo das curiosidades referência para “Baby won’t you let me tell you how I lost my mind” dos Spike Drivers de Ted Lucas ( mais tarde dariam origem aos excelentes Perth County Conspiracy, a versão proto-prog de “All along the watchtower” dos Savage Grace, o “Christian rock” dos Earthen Vessell, “I got a right” o primeiro tema escrito por Iggy Pop, gravado com os Stooges em 1972 e não publicado na altura, “Crumbs off the table” dos The Glass House e, a terminar, Ruth Copeland, uma expatriada de Durham no nordeste de Inglaterra com uma versão devastadora de “Gimme Shelter” que apenas não supera o original porque tal é impossível.
Uma compilação simultaneamente uma lição de história e um paraíso para melómanos.
Notas:
1) A capa reproduz uma foto dos confrontos na cidade de Detroit em Julho de 1967. “Motor City is burning” de John Lee Hooker nasceu ali.
2) Eventuais interessados na temática do Detroit Sound poderão investigar “The Story of Michigan’s Legendary A-Square Records”, compilação que entre outros reúne temas dos MC5, The Scot Richard Case, The Thyme, The Prime Movers, Dick Wagner & The Frost e The Bossmen gravados para a lendária A-Square Records.
- "Is it you (or is it me)" ( Mitch Ryder, J. Bee )
- "It ain't easy" ( Ron Davis )
- "Rock ' n roll" ( Lou Reed )
- "Let it rock" ( E. Anderson )
- "Drink" ( M. Manko, J. Optner )
- "Box of old roses" ( W. R. Cooke )
- "I found a love" ( W. Schofield, W. Pickett, R. West )
Detroit: Mitch Ryder ( voz ), John (The Bee) Badanjek ( voz e bateria ), Dirty Ed ( congas e tamborim ), Steve (Decator Gator) Hunter ( guitarra ), W. R. Cooke ( voz e baixo ), Brett Tuggle ( guitarra ) e Harry Philips ( teclas ); com: Boot Hill ( teclas e harmónica ), John Sauter ( baixo ) e Mark Manko ( guitarra ).
Gravado no Manta Sound Studio, Toronto.
Produção de Bob Ezrin
Capa:
Frente de Stanley Mouse. Verso: design de Bob Wilson, foto de Charles Auringer
“When folk guitarrist-singers Roger ( then Jim ) McGuinn, Gene Clark, and David Crosby started to make music together around mid-1964, they’d barely begun to play electric instruments. With newly recruited bassist Chris Hillman and drummer Michael Clarke, they devised a full electric arrangement of this then-unreleased Bob Dylan composition that combined the best of Dylan and the Beatles, with ringing electric 12-string guitar and heavenly harmonies. Although only McGuinn played on the single, the result was a #1 hit in both US and UK as summer 1965 dawned, and the dawn of folk-rock itself.”
Não sendo a única, a versão de “Mr. Tambourine Man” inventada pelos Byrds e acima comentada por Ritchie Unterberger, é uma das razões da existência deste blog. O folk-rock ( sobretudo o americano ) é uma outra.
Caldo perfeito para, com evidente satisfação, receber “Jingle Jangle Morning, The 1960s US Folk-Rock Explosion”; selecção, compilação e notas de Ritchie Unterberger, assistência aúdio de Alec Palao.
A larga maioria dos primeiros arautos do folk-rock provinham do folk e do folk revival do inicio dos 60s. A então deriva eléctrica de Dylan primeiro e dos The Byrds no imediato, funcionou como catalisador para um movimento que cavalgando a onda de British Invasion acabou a competir com esta.
“Yet folk-rock wasn’t merely a matter of mixing the Beatles and Bob Dylan, or folk songwriters trading their acoustic guitars for electric axes. In the five or so years after The Byrds hit #1 on both sides of the Atlantic with their rocked-up reinvention of Dylan’s ‘Mr. Tambourine Man’, dozens of American acts took the best of both rock and folk to not only create something wholly new.”
De um ponto de vista histórico e documental “Jingle Jangle Morning” é uma das abordagens possíveis. Haverá certamente outras, muito embora esta, balizada entre os anos de 1965 e 1970, seja susceptível de criar adição.
Os 76 temas que compõem a compilação abordam um largo espectro do género. Do óbvio ao surpreendente, passando pelo inesperado.
Dylan, Byrds, Phil Ochs, Great Society, Buffalo Springfield, Gene Clark, Tim Buckley, Beau Brummels, Simon & Garfunkel, Fred Neil, Youngbloods, Judy Collins, David Blue, Jefferson Airplane, Tom Rush, Gordon Lightfoot, Love, Tom Paxton ou Tim Hardin entre outros, cabem no campo do óbvio.
Com maior ou menor grau de surpresa, são aparentemente inesperados os nomes de Nico, Dion, Poco, Lamb, Johnny Winter, Linda Ronstadt, Fugs, Fapardokly ou Holy Modal Rounders por exemplo. Opções do curador que nos convidam a questionar clichés e colocar de novo em perspectiva verdades entretanto adquiridas.
A tudo isto acrescem algumas cerejas colocadas no topo: Blackburn & Snow com “Stranger in a strange land”, um tema que David Crosby escreveu e produziu em 1966 sob o pseudónimo Samuel F. Omar; “Is there anything I can do” dos The Ashes ( pré Peanut Butter Conspiracy ); “2:10 Train” dos The Rising Sons ( com Ry Cooder e TajMahal ); “Guinevere” dos The Lemon Drops; “All night long” de Tom Paxton; o inédito “Watch me walk away” dos obscuros Stourbridge Lion, ou o espectacular “Woman don’t you weep” escrito por Steve Young para o único álbum dos Stone Country.
Em 2024, numa loja de oportunidade em Chiswick nos arredores
de Londres, foi descoberto um acetato identificado por Elandill. Único exemplar
conhecido, acabou por dar origem a uma edição em vinil limitada a 227 unidades.
Até à data, nada mais se sabe sobre a origem ou história do(s) autor(es) do
artefacto.
A música, essa é profundamente britânica, matriz do inicio
dos 70s. Pastoral, progressiva, “Chamber rock”, elegante e sofisticada.
Estética e estruturalmente próxima do paradigma da Charisma
Records ( período de vigência do selo Pink Scroll ), ecoa a Genesis pré-“Foxtrot”,
Yes pré “Yes Album”, Jethro Tull pré “Aqualung”, Audience de “Friend’s Friend’s
Friend” ou até Family de “Music In A Doll’s House”.
A trilogia presente no lado A é magnifica com particular
destaque para a suite “Storybook Friend” que soma à profunda englishness pequenas
componentes do som west-coast da época.
O lado B, mais curto, segue a mesma bitola, com um detalhe adicional: as
vocalizações são “assustadoramente” semelhantes às prestações de Jon Anderson
nos primeiros álbuns de Yes, como se a intenção fosse mesmo essa ou de uma
clonagem se tratasse.
Tudo somado, “Elandill” é um belíssimo artefacto de época, do
qual certamente ainda iremos ouvir falar no futuro.
Calcula-se que nesta altura uma horda de investigadores já se
encontre em trabalho de campo, na senda de descobrir mais pormenores acerca
deste mistério.
Na linha do tempo, “Oceanside Countryside” era suposto
constar imediatamente antes de “Comes a Time” (1978 ). Não aconteceu.
Publicado pela primeira vez há um par de meses na compilação
mamute “Neil Young Archives Vol III ( 1976-1987 )”, acaba de ser autonomizado numa
primeira edição em vinil.
Ainda assim, e porque estamos a falar de Neil Young, a operação
não podia revestir apenas uma mera mudança de formato. Tinha de existir mais
qualquer coisa.
Assim e relativamente à edição de “Archives”, foram retirados
do alinhamento os temas “Peace of Mind” e “Comes a Time”, sendo substituídos
por “Captain Kennedy” e “The Old Homestead”.
Como aqui pelo Atalho “Comes a Time” nunca foi uma preferência,
a substituição tende a parecer uma melhoria.
O lado A surge assim mais equilibrado com “Sail Away”, “Lost
in Space”, “Captain Kennedy”, “Goin’ Back” e “Human Highway”, versões
acústicas onde Young se encarrega de todos os instrumentos.
O lado B denota um pendor marcadamente “country”, em linha
com a inspiração do período compreendido entre “American Stars ‘N Bars” ( 1977
) e “Comes a Time”( 1978 ) e onde “Dance Dance Dance”, divulgada no álbum
homónimo dos Crazy Horse ( 1971 ) constitui a única “anomalia”.
Quando Jorma Kaukonen escreveu o intenso blues-rock “Ode for Billy Dean” e o publicou em “Burgers”, o álbum dos Hot Tuna de 1972, teve em mente Billy Dean Andrus (“Billy Dean is another one of those tragic stories. He was the first person that I knew who had died of a drug overdose. He was another huge talent, a great guitar player, a great songwriter, and a great showman. The fact that he never made it out of his twenties is absurd in retrospect“).
Os Weird Herald formaram-se em Saratoga condado de Santa Clara, California, por altura do chamado Summer of Love. Tinham em Bill Andrus o principal mentor. Colega de liceu e amigo de Skip Spence ( com quem chegou a actuar enquanto duo ), Billy Dean presenciou a formação dos Jefferson Airplane e, mais tarde, depois destes terem prescindido de Spence, o nascer dos Moby Grape.
No seguimento de algumas actuações em clubes em Los Gatos, Sunnyvale, Santa Clara e San Jose, a banda é convidada a gravar um single para a Onyx Records então ligada à Fantasy. “Saratoga James”, um belíssimo folk acústico escrito por Andrus no lado A e “Just Yesterday” assinado pelo segundo guitarrista Paul Ziegler no flipside. O 45 rotações foi publicado em 1968 apenas como promo. Nunca foi objecto de uma edição alargada para o mercado.
Ainda que o single não tenha saído dos blocos de partida, foi o necessário para que os Weird Herald frequentassem o Max Weiss Studio de São Francisco, aí gravando um conjunto de temas para “testar as águas”.
No dealbar de 1969 a banda de Billy Dean e Paul Ziegler actuou nas primeiras partes de Sons of Champlin, Steppenwolf, Ace of Cups, Cherry People e Hot Tuna entre outros. Apesar disso e por razões diversas ( entre elas seguramente a morte de Billy Dean em Novembro de 1970 ), o resultado das sessões de gravação permaneceu inédito durante mais de cinco décadas. Até agora.
“Just Yesterday”, permite-nos finalmente apreciar o legado dos Weird Herald. Porque a fonte são fitas gravadas de outras fitas ( as originais perderam-se no tempo ) a qualidade das mesmas não é a que mais se desejaria. Um “detalhe” que facilmente passa a segundo plano face à qualidade da música delas transcrita.
“Where I’m Bound” um intro psicadélico que não destoaria em “Aoxomoxoa”; os já referidos “Saratoga James” e “Just Yesterday” ( este da autoria de Paul Ziegler ) lembram a inicial fase acústica dos Hot Tuna; “Canyon Women” e “Help Me Find My Way” encontram-se a meio da ponte que liga Grateful Dead a Moby Grape; “Reapin’ Seasons” sugere aquela linguagem “country rock” que preencheu “American Beauty” e “Workingman’s Dead”; “Burgundy and Yellow” o grande tema, peça de filigrana psicadélica que define o talento do seu criador; “Untitled, peça sem título que cresce a partir de uma guitarra acústica em cascata em direcção a um planalto melódico, numa espécie de jogo de espelhos cujos protagonistas são o baixo de Cecil Bollinger e a acústica de Billy Dean.
Tudo somado, uma das recuperações do ano. Tão ou mais estimulante que os estimulantes resgates de Crystal Syphon ou Turquoise.
Ps: a versão CD acrescenta sete temas à versão em vinil.
Rosemary Hardman: Canções, voz e guitarra; com: Bob Axford ( voz e guitarra ), Chris Thompson ( voz e guitarra ), Roger Trevitt ( baixo ), Clive Woolf ( voz e guitarra ), June Tabor ( voz ), Alan Eden ( bateria ), Sue Draheim ( violino ), Barry Dransfield ( voz e violino eléctrico ) , Martin Winsor, Carole Pegg, Linda Peters, Howard Bond, Terry Hiscock e Chris George ( vozes ).
“We are buried beneath the weight of information, which is being confused with knowledge; quantity is being confused with abundance and wealth with happiness. We are monkeys with money and guns.” ( Tom Waits )
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