17/02/25
"American Baroque Chamber Pop and Beyond 1967 - 1971"
12/02/25
Jeannie Piersol "The Nest"
Genuíno produto de época, “The Nest”, o single, poderia ter constituído
a porta de acesso para uma carreira de sucesso. Resultado das idiossincrasias
da sua interprete acabou como uma curiosa, embora muito interessante, nota de
rodapé na história do psicadelismo de São Francisco.
Contemporânea e amiga do clã Slick ( Grace, Darby e Jerry )
Jeannie Piersol chegou a integrar a formação inicial dos The Great Society - Darby equacionava explorar a complementaridade
das vozes de Grace e Jeannie. Esta última porém, abandonaria o projecto de
forma precoce, manifestando incómodo face às “substâncias ilícitas” presentes nos
ensaios do grupo.
Continuou no entanto a frequentar a cena psicadélica emergente
na Bay Area, tendo integrado os The Yellow Brick Road com os quais actuou no
Matrix em Março de 1967. No entretanto, o então cunhado Darby Slick, recém
regressado da India, lança uma Opa musical sobre o colectivo que se metamorfoseia,
troca alguns dos membros e passa a denominar-se Hair.
Mais tarde, em Maio de 1968, ainda apoiada na criatividade de
Darby, publica o primeiro dos seus dois únicos singles a solo: “Gladys / With
Your Love”. Em Fevereiro de 1969 segue-se o segundo: “The Nest / Your Sweet
Inner Self”.
A recente compilação “The Nest” integra ambos para além de
oito inéditos: dois temas captados no palco Matrix com os Yellow Brick Road,
outros dois títulos gravados nos estúdios da Golden State em São Francisco pelos
Hair e ainda quatro composições resultantes de sessões levadas a cabo em 1968.
O denominador comum à maioria das gravações é Darby Slick:
toca guitarra e sarod, assina quatro composições e produz a larga maioria.
Mais do que oportuna, “The Nest” é uma compilação estimulante.
Nem todos os títulos possuem igual densidade / criatividade. Porém a voz (
talvez mais do que as próprias composições ) de Jeannie Piersol cola o conjunto
das partes, separadas pelo tempo e intervenientes diversos.
“The Nest”, a canção, é uma composição aditiva, maioritariamente
acústica, até a guitarra fuzz de Darby Slick nos recordar que o ano era 1969. “Joined
In Space” e “Heading For The Sun”, ragas psicadélicos, poderiam ter sido
assinados por qualquer uma das grandes bandas da Bay Area. Quanto a “Gladys”, “Quivering”
ou “Light Sinking Down” não destoariam nos alinhamentos de “Takes Off” ou “After
Bathing At Baxter’s”.
A homogeneidade é uma característica difícil de concretizar
na maioria das compilações. “The Nest” não é excepção. Todavia permite descobrir um talento que durante
anos se recolheu por trás da caixa de uma agência do Bank Of America / São
Francisco, para além da sonoridade marcante de uma banda efémera – The Yellow
Brick Road” – da qual até à data nada sabíamos.
26/01/25
Lost Nuggets ( 194 )
21/01/25
Filigree "S/t"
19/01/25
Leituras
Janeiro 2025
15/01/25
Lost Nuggets ( 193 )
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05/01/25
Lost Nuggets ( 192 )
23/12/24
Leituras
Ruy Castro, Tinta da China, 230 páginas, 2024
Mário Correia, Sons da Terra, 224 páginas, 2022
28/11/24
Lost Nuggets ( 191 )
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20/11/24
Lost Nuggets ( 190 )
15/11/24
Crosby, Stills, Nash & Young "Live at Fillmore East, 1969"
“What we lacked in finesse we made up for in
enthusiasm. The better arrangements were still to come. A band on the run.
Expecting to fly.” ( Stephen Stills, no booklet da edição )
Stills acertou na mouche. Revisão da matéria dada. Pouco a acrescentar
e nada a retirar.
“Live at Fillmore East, 1969” ( 20 de Setembro para sermos
precisos ) é uma curiosidade histórica, apenas.
As prestações acústicas estão próximas das que já conhecíamos
de “Four Way Street”, captadas em Junho e Julho do ano seguinte.
O alinhamento eléctrico é algo mais entusiasmante. Sendo que
para tal concorrem os extensos 16m19s que
dura “Down by the river”, com Stills, Crosby, Greg Reeves e Dallas Taylor a ocuparem
muito bem o espaço dos Crazy Horse em “Everybody knows this is nowhere”, bem
como o hoje relativamente esquecido “Sea of Madness”, não obstante ter feito
parte da banda sonora de “Woodstock” e integrado o Volume I dos Neil Young
Archives.
No mais trata-se “do mercado a funcionar”.
13/11/24
Lost Nuggets ( 189 )
30/10/24
KEITH NOBLE "Mr. Compromise"
“Mr. Compromise” merecerá a fama que o precede? Sim, não ou
ainda talvez. Rigorosamente nada a ver com Pink Floyd ( qualquer que seja o
ângulo ou a época que se aborde ), os 10 temas que compõem o álbum, porventura
por terem sido compostos e gravados em diferentes épocas, carecem de
uniformidade.
O lado A, exceptuando o tema título, fica muito aquém das expectativas,
e as hipotéticas comparações com Al Stewart ou Roy Harper são manifestamente
exageradas.
O lado B é por seu turno, francamente interessante. “Dandelions have their day”,
“Weather”, “King of Iceman” e “Ashes and Silver” são das melhores filigranas,
aqui e ali experimentais, que o psych-folk britânico da época foi capaz de
produzir. E, estes sim, são temas a escutar com a devida atenção.
A mais de meio século de distância, percebe-se que “Mr.
Compromise” não poderia ter tido título mais adequado.