24/11/23

"Shake That Thing! The Blues in Britain 1963 - 1973"

 


Como sucedera já no outro lado do Atlântico, no Reino Unido o blues e o country blues foram também, mais que instrumentais, determinantes na criação e formatação de uma significativa parcela da música popular ali prevalecente nas décadas de 60 e70.

Com efeito, muito antes de se tornarem arautos, nalguns casos ícones, do folk, folk rock, rock ou mesmo do apelidado progressivo, nomes como Beverley Martyn, Ian A. Anderson, Wizz Jones, Jethro Tull, John Martyn, Mike Cooper, Davy Graham, Andy Roberts, Jackie McAuley, John Renbourn, Bert Jansch, Ralph McTell ou Incredible String Band, todos passaram e pararam na gigantesca herança do blues norte-americano.

Existem múltiplos e documentados exemplos fonográficos do que atrás ficou dito, mas dúvidas houvesse “Shake That Thing!, The Blues in Britain 1963-1973” encarregar-se-ia de as dissipar.



( Jellybread )

Enquanto compilação não será perfeita e muito menos completa; porventura nenhuma o será. Contudo enquadra, com evidente preocupação cronológica, o que de mais significativo aconteceu no Reino Unido no âmbito e no tempo.

A abrir um dos primeiros singles de Cyril Davies com a sua Rhythm and Blues All-Stars; a fechar o som inconfundível da slide de Rory Gallagher. Pelo meio tropeçamos no single estreia de Rod Stewart com “Good morning little school girl” um original de Sonny Boy Williamson ), continuamos com Davy Graham, as instituições Alexis Korner, Alex Harvey e John Mayall, o nicho oriundo de Bristol com Ian A. Anderson e vários registos históricos com os selos Saydisc, Spark e Village Thing.



( Andy Roberts )

Os Fleetwood Mac fase Peter Green estão naturalmente presentes, tal como outros nomes fundamentais da Blue Horizon ( Chicken Shack, Jellybread ) e parte do espólio da raríssima Music Man com Dave Kelly, Bob Hall, Jo-Ann Kelly ou Bob Brunning.

Os clássicos Pentangle, Jethro Tull, Savoy Brown, Siren, Trader Horne, Taste e Humble Pie. Mas sobretudo e bastante mais estimulante, um conjunto de nomes e registos a que o tempo não fez justiça: Simon & Steve, Al Jones, Fran McGillivray, Tom Robinson, Sam Mitchell, Gerry Lockran, Roger Hubbard e Dave Ellis entre outros.

Shake that Thing!” é exactamente aquilo que uma compilação deve ser. Uma porta de entrada que permita olhar vendo para algo em que não se reparou.