A reedição de “Mare La Lande”, o “álbum perdido” de Laurent
Angrand e Patrick Robin, consolida aquela velha suspeita de que existe ainda por
aí belíssima música por descobrir.
Angrand e Robin conheceram-se no início dos 70s através de Jack
Treese, um americano oriundo do Midwest radicado no condado de Périgord e que no
período compreendido entre 1971 e 1974 publicaria em França quatro álbuns de matriz
folk.
Instrumentistas dotados Angrand e Robin juntaram talentos. O
resultado são os dez temas que fazem “Mare La Lande”. Integralmente acústico, o
álbum é uma pequena delícia instrumental. O tricotado das guitarras
transporta-nos para espaços à época percorridos por John Renbourn, Bert Jansch e
Leo Kottke, aguarelas sonoras que aqui e ali nos sugerem atalhos conducentes a Laurel
Canyon.
Consta que Jack Treese terá tocado banjo nas sessões de
gravação levadas a cabo no famoso Studio 20 em Angers; um dado que todavia não é
possível confirmar através das informações disponíveis no álbum.
Publicado em 1974, “Mare La Lande” não chegou a ser objecto
de promoção/divulgação. A separação abrupta do duo após as gravações terá sido
a razão. Acto contínuo e como era então regra, a maioria dos exemplares da
diminuta edição privada acabaram destruídos.
A recente reedição da France Bizarre vem finalmente corrigir
aquela prática, permitindo-nos testemunhar mais um belíssimo capítulo do folk
francês dos 70s.