“… He has lots of friends, most of them dead…” (
David Blue, in “The Street” )
E no entanto, apesar de em vida ter publicado sete álbuns, Stuart David Cohen permanece um semi desconhecido. Contemporâneo e “compagnon de route” de Dylan na Greenwich Village dos mid 60s, Blue gravou as suas primeiras três canções para a Elektra, publicadas em 1965 no álbum “Singer Songwriter Project”, uma edição com formato pioneiro e que além daquelas integrava também temas de Richard Farina, Patrick Sky e Bruce Murdoch.
Convidado a prosseguir, no ano seguinte o autor gravaria “David
Blue” um disco icónico e muito interessante. Embora retratasse (
musical e socialmente ) o espírito da Greenwich, não logrou à época obter
grande adesão em matéria de vendas.
No decorrer de 1967, David Blue grava um derradeiro álbum
para a Elektra. Por vicissitudes várias as
fitas nunca veriam a luz do dia. Até agora.
Colocando de lado o lirismo, quase sempre soberbo e
inspirador, do ponto de vista estritamente musical estas canções poderiam ser
primas direitas daquelas outras que Dylan gravava quase simultaneamente em
Woodstock; e sim é de “Basement Tapes” que falamos.
“Vaudeville Blues”, “King of Spain” ou “Dr. Smith’s
Electrical Light Machine”, estilisticamente a anos luz do álbum de estreia,
poderiam ter sido compostas e gravadas na casa “Big Pink” em West Saugerties
com a trupe da The Band.
“You need a change”, “23 Days in September”, “Anna” e “Scales
for a window thief” por seu turno definem o estilo futuro do autor e não foi
certamente por mero acaso que as quatro, embora objecto de versões diversas, integraram
“These 23 Days in September” ( 1968 ) o primeiro álbum para a
Reprise e que é a par de “Stories” ( 1971 ) um dos grandes discos
de David Blue.