“The term ‘underground’ was borrowed later on by other
people to talk about Pink Floyd, Fairport Convention, Jethro Tull, stuff like
that, but there had been an ‘underground’ going on since 1960/61. When the folk
boom took shape and gained momentum by the mid-sixties, you’re talking about
millions of people going to clubs. You’re actually talking in millions.” (
Martin Carthy )
Nos sixties, a renascença da música folk britânica não teria
atingido a dimensão artística e cultural sem as centenas de clubes folk e, em
menor grau, dos pubs locais. Proprietários, animadores residentes ou meros artistas
itinerantes que ensaiavam nas traseiras e actuavam a troco da bebida ou de uma
refeição quente, raramente atingiram a fama / sucesso comercial, mas o seu
entusiasmo e sinceridade contribuíram de forma determinante para o regresso da
tradição folk.
A visibilidade relativa que grupos como Incredible String Band, Pentangle ou Fairport Convention conseguiram nos tops funcionou como catalisador para que uma imensidão de jovens artistas amadores tentasse a sua sorte, geralmente ou quase sempre no club da zona, grande parte deles recuperados para o efeito.
Alan Green, um jovem licenciado em química, viu aqui uma
oportunidade e partiu para a criação de um pequeno estúdio e de uma editora: a
Folk Heritage. A partir do final dos 60s e durante cerca de uma década a Folk
Heritage, a par das subsidiárias Westwood, Midas e Sweet Folk and Country, gravou
e publicou alguns dos mais genuínos e brilhantes discos de folk tradicional da
Grã Bretanha. As edições raramente ultrapassavam as duas centenas de
exemplares, razão pela qual estes artefactos são hoje muito raros e caros.
No final, e bem vistas as coisas, é para isso mesmo que
servem as compilações … “Before The Day Is Done” é, no género, uma das
melhores.