Grande parte da produção musical de Neil Young permanece
interessante, nalguns casos muito interessante. As mais recentes opções
comerciais do canadiano mostram-se todavia bastante questionáveis, para dizer
não dizer duvidosas.
Atente-se por exemplo em “Archives Vol II ( 1972 – 1976 )” e
apenas para não ir mais longe.
Não parece aceitável que numa edição de 10 cds ( que à partida se pretendia única e
ilustrativa de gravações que, na sequência de decisões de enquadramento
editorial ou outras de carácter mais pessoal, não foram objecto de publicação à
época ), um terço seja constituído por discos já publicados individualmente na
série Arquivos. Em concreto “Homegrown”, “Tuscaloosa” e “Roxy, Tonight’s the
night” ( este último com uma “ligeira” nuance na inclusão de “Losing End” ).
Ademais, dos 132 temas que integram “Archives Vol II”, 46 são
versões diferentes de canções já publicadas e apenas 12 constituem verdadeiros
inéditos. Donde que, como se infere, o balanço poderá ser francamente questionável,
sobretudo por aqueles que legitimamente esperavam a anunciada profusão de
inéditos ( veja-se por comparação a série “Bootlegs” de Bob Dylan ).
Dito isto, “Archives Vol II” valerá a pena? Para os fãs, para
os quais estes “pequenos” detalhes têm pouca relevância, claramente. Para os
indefectíveis de Joni Mitchell também tendo em conta o inédito “Sweet Joni”,
captado no Bakersfield Civic Auditorium a 11 de Março de 1973 e a curiosa
versão de “Raised On Robbery”, suportada pela banda que acompanhou o canadiano
em “Tonight’s the night”, além de Joni Mitchell herself.
Quanto à esmagadora maioria, e tendo em conta o preço a que a
box é comercializada, talvez seja de considerar a opção de esperar pela publicação
isolada de “The Old Homestead”, agrupando gravações datadas de 1974 e que inclui 4 inéditos e 12 versões não
publicadas, entre estas duas longas prestações de palco com Crosby Stills Nash
& Young: “Pushed it over the end” e “On the Beach”.