“Acima de tudo, o que o
hard-rock do final dos 60s inicio dos 70s procurava era provocar um impacto
visceral em lugar do cerebral, como até ali. Enquanto o psicadelismo e o hippie
folk encorajavam o ouvinte a aproximar-se de Hobbit, contemplando com
solenidade o umbigo do universo, ao mesmo tempo que consultava o I Ching, o
protótipo do hard-rock constituía uma experiência física, um soco no estômago,
um violento ataque aos tímpanos mais do que aos lóbulos frontais”.
O texto acime pode ler-se no folheto que acompanha “I’m a
freak Baby… A Journey Through The British Heavy Psych and Hard Rock Underground
Scene 1968-72”, uma compilação
que irá deliciar fãs do género e da época.
O critério seguido pelo curador David Wells, foi proporcionar
uma visão ampla da era, incorporando de tudo: desde os grandes nomes ( Deep
Purple, Uriah Heep ), os pioneiros ( Yardbirds, Move, Sam Gopal ) experiências mais radicais ( Deviants, Pink
Fairies, Third World War ), até aos paladinos do blues rock ( Fleetwood Mac,
Chicken Shack, Groundhogs, Taste ), sem menosprezar alguns temas inéditos de
bandas que na altura percorreram “muita estrada”, mas que nunca chegaram a
editar qualquer disco ( Kult, Egor, Phoenix, Bare Sole, Velvet Frogs ).
Três CDs e quatro horas de pura aprendizagem, para consumir
no momento adequado e na dose certa.