Porventura a mais talentosa cantora inglesa da sua geração,
tal como Nick Drake, Sandy Denny nunca teve em vida o
reconhecimento merecido. Quando faleceu em 1978, a sua carreira estava perto do
ocaso, fruto de uma série dramas pessoais e equívocos profissionais.
E, no entanto, a par de Anne
Briggs, Shirley Collins e June Tabor, contribuiu para alterar a
forma e o conteúdo da música inglesa de inspiração tradicional. Não apenas por emprestar
a sua voz a velhas melodias folk, mas sobretudo por ser uma compositora
emérita.
Hoje, as compilações abundam, essenciais umas, nem por isso
outras. Uma das abordagens que faltava era juntar num único sítio o espólio
acústico da cantora. A solo designadamente, Sandy recriou e escreveu canções
fabulosas, mas nem sempre o resultado final ( produção incluída ) esteve à
altura.
A voz e o talento de Sandy Denny são de tal forma sensitivos
que é no meio do silêncio que melhor se
pode aquilatar da sua verdadeira dimensão. “I’ve always kept a Unicorn, The
Acoustic Sandy Denny” são 2 cds e 40 temas que nos oferecem uma
perspectiva nova para canções que, pensávamos, já não terem segredos.
De um encanto absoluto.