A menos que um dia o próprio o decida divulgar, nunca saberemos
com que intuito Chris Forsyth frequentou
as aulas de Tom Verlaine. Se para
melhorar a sua técnica instrumental, aproximar-se do estilo peculiar do mestre,
ou ambas.
Uma dúvida que o novo registo de Forsyth com a Solar Motel
Band “The rarity of Experience I &
II” não esclarece em definitivo.
Na sequência do anterior “Intensity Ghost”, este duplo cd é de uma intensidade extrema.
Os dois primeiros temas ( “Anthem I” e “II” ) tudo pulverizam à sua passagem.
As guitarras além de geométricas e sincopadas, são ostensivamente metálicas e
quando conluiadas com uma percussão tribal como é o caso, deixam as canções em
carne viva.
“The rarity of experience Part 2” soa como se Verlaine e Richard Lloyd regressassem do passado
com uma versão actualizada de “Foxhole”. “High Castle Rock”, um extraordinário épico
onde os intensos duelos entre as guitarras Forsyth e Nick Millevoi não fazem
prisioneiros, é a verdadeira pedra de toque do álbum e aquilo que de mais
parecido Forsyth terá com ele próprio. O jazzy “Harmonious Dance”,
instrumentalmente menos exuberante, deixa algo a desejar em matéria de
relevância.
O segundo cd vai mais longe na audácia. Mescla o estilo que
já se conhecia com uma vertente experimentalista. Forsyth fã do
“space rock”, do “free jazz” e de Richard
Thompson. A
confirmação encontra-se em “The first ten minutes of cocksucker blues” ou na ousada
versão de “The Calvary Cross”.
Os próximos capítulos aguardam-se com justificada expectativa.