O passado está coberto de destroços provocados pela
sobranceria, incompreensão, imaturidade ou, simplesmente, por um misto de todas
elas. E é impressionante a quantidade de grandes discos que por aqueles ou
outros motivos, escaparam aos radares do (re)conhecimento.
“Bored Civilians” é um
desses casos. Excessivamente folk para uns,
demasiado rock para outros, o primeiro e único álbum de Keith Cross & Peter Ross ( 1972 ) foi olhado como um produto hibrido e como tal vendeu nada e
rapidamente foi esquecido.
Contudo, por trás de uma capa tão icónica quanto sombria,
esconde-se um grande álbum, feito de melodias redondas e influências
west-coast. É verdade que nem todas as canções possuem a mesma solidez e as
hesitações sobre qual o caminho a seguir são óbvias. Cochise, Fotheringay ( enorme
a versão de “Peace in the end” de Sandy Denny e Trevor Lucas para o álbum “Fotheringay”
), Caravan e Brinsley Schwarz são influências possíveis, mas o que esta
reedição recupera é um conjunto de canções sem tempo a que não demos atenção. No
devido tempo.