Cósmica. Será talvez a melhor forma de definir a música dos Asteroid # 4. Posicionada algures entre os Rain Parade e Spacemen 3, com um ouvido em Popol Vuh e outro nos Grip Weeds, a matriz sonora da banda californiana adiciona à estrutura melódica uma componente lisérgica e “The Asteroid nº 4” opta por não questionar aquela realidade.
Depois de em 2012, com “The Journey”, ter ensaiado uma insuspeita colaboração com Peter Daltrey - força criativa dos Kaleidoscope (UK)-, o colectivo de Los Angeles fecha 2013 com uma edição de antologia. “The Asteroid nº 4” tem tudo o que fez de “These Flowers of ours” um dos mais fascinantes registos da década transacta, acrescentando-lhe a sabedoria entretanto acumulada.
Atente-se na hipnótica melancolia de “The Windmill of the Autumn Sky”. Para além da beleza esfusiante do tema, comprova que as linguagens musicais não cabem em espartilhos e que Rain Parade é compatível com Opal, Kaleidoscope ou Quarter After.
E se mais exemplos são necessários, então escute-se “Monte Meru” ou “Ode to Cosmo” para constatar como “Lord Krishna von Goloka” ( 1974 ) de Sergius Golowin, permanece um dos discos mais marcantes que a “kosmische musik” produziu.
Persistentes e contagiantes os Asteroid nº 4 sugerem uma nova “journey to the center of our mind”.