“Peace on Venus”. Existem momentos em que o
rigor nas palavras como que escasseia.
Sucede-me sempre que escuto um novo Bardo Pond. Com efeito, o que a banda de Filadélfia tem criado,
constitui uma das mais extraordinárias experiências que a música de inspiração
psicadélica conheceu. Ou se gosta ou detesta. Indiferença é aqui um sentimento
impossível. E isto resume tudo o que necessita ser dito.
“Peace on Venus” aponta aos limites das fronteiras do som. É
simultaneamente avassalador e sofisticado. As guitarras crescem num fogo intenso
e vão alimentando uma lenta combustão sonora que ora explode, tonitruante, ora
se aquieta, quase em silêncio, para que a flauta de Isobel Sollenberger resgate
a melodia, perdida por entre os crescendos lisérgicos e as espirais apocalípticas
das guitarras.
Este novo opus, acolhe cinco fantásticos temas. Viciosos e
viciantes. O Atalho porém não fará
menção particular a nenhum deles. Porque são enormes, todos. E do outro
mundo também …