Trata-se de um cliché. Sempre que se aborda a música do
Canadá, consoante gostos e preferências,
vêm de imediato à liça os nomes de Leonard Cohen, Joni Mitchell, Band,
Arcade Fire, Neil Young, Godspeed You! Black
Emperor, Mary Margaret O’Hara, Steppenwoolf, Tragically Hip, Martha & The Muffins …
No entanto, um nome permanece sempre ou quase sempre na penumbra: Gordon Lightfood. Anda por aí desde meados dos 60s, escreveu canções do outro mundo, gravou discos de excelência. Colocado na sombra de Dylan, continuou o seu percurso, silencioso fora do Canadá, desconhecido para as grandes massas, indispensável para melómanos e conhecedores.
No entanto, um nome permanece sempre ou quase sempre na penumbra: Gordon Lightfood. Anda por aí desde meados dos 60s, escreveu canções do outro mundo, gravou discos de excelência. Colocado na sombra de Dylan, continuou o seu percurso, silencioso fora do Canadá, desconhecido para as grandes massas, indispensável para melómanos e conhecedores.
E, seguramente não por acaso, o reconhecimento chega de
Baltimore, através de Arbouretum. “A
Gourd of Gold”, numa edição
limitada de 1000 Cds e 1000 vinis, inclui versões de quatro dos mais
emblemáticos temas que Lightfood produziu nos 70s: “The wreck of the Edmund
Fitzgerald”, “Carefree Highway”, “Protocol” e “Early morning rain”.
O primeiro, incluído em “Summertime Dream” (1976) é uma canção enorme. Sobre uma melodia
de inspiração folk, conta a história do naufrágio do petroleiro SS Edmund
Fitzgerald a 10 Novembro de 1975. A versão
da banda de David Heumann fica perto do épico e os ecos da canção
permanecem no ar, planando, muito depois
de se esgotarem os 11m 35s que a versão
dura. “Carefree Highway” é “tailor made” para Arbouretum e faz a ponte com
“Highwayman” a cover do tema de Jimmy Webb publicado em “The Gathering”.
Com canções e melodias deste calibre, a voz pungente de
Heumann e as habitualmente eloquentes guitarras de Arbouretum, ganham outra
dimensão e projectam-se para muito perto do essencial.