Numa edição em vinil limitada a 500 exemplares, referência muito
especial para a estreia dos Dukes of
Kent com “Welcome to the Oast House”.
Markus Holler, a alma deste colectivo, foi em 1990 um dos
responsáveis pelo excelente mini álbum dos Silent
Blues “Tune in”. Duas décadas
depois, agora com o apoio do guitarrista Chris Gussman, Holler regressa com um trabalho
repleto de reflexões “laid back” e
subtilezas estilísticas de vária ordem.
O conceito do tempo não existe e o que mais importa são as
canções e a respectiva envolvência, desde que soe verdadeira. Soa de facto. E é
quase impossível não relembrar as sonoridades Laurel Canyon ( as autênticas,
não as postiças tão em voga nos tempos que correm ) ou as harmonias “west
coast” dos 70s. E se a melodia de “Limits of the true” remete para Jackson
Browne, os solos luminosos de “Blue Turns to Red” evocam os Crazy Horse de
Danny Whitten. “Every day brings something new” poderia ser a alma gémea de
“The Ballad of Bonnie & Clyde” não fora o radioso solo de guitarra de
Gussman. “Water” podia ter sido retirado de um dos álbuns dos Gypsy ( o grupo
onde militou Joe Walsh antes de se ter perdido nos Eagles ), enquanto “Angels
& Ghosts” é a balada que todos gostaríamos de escutar no final de um dia
extenuante.
“Welcome to the Oast House” é especial e delicioso. Antigo e
novo ao mesmo tempo. A merecer toda a atenção.