Oriundos de Nashville os
Black Static Line são na
essência uma side band dos Hollow Ox,
sendo que o guitarrista Cole Street constitui o denominador comum aos dois
projectos. E se há um par de anos com “Pleiades”, os Hollow Ox se
exercitavam, procurando conectar as paisagens oníricas do Tennessee com
sonoridades épicas, “larger than life”,
que por exemplo emergiram em tempos da guitarra e canções de Mark
Burgess para The Chameleons ( uma das bandas mais injustamente ignoradas nos
anos 80 em Inglaterra) , em “Every Vibrating Body”, a matriz mantém-se épica, mas bastante mais densa.
O epicentro deslocou-se agora para sonoridades assumidamente
cósmicas, onde a voz ( e sobretudo as palavras ) são instrumentais num processo
de construção sonoro que se posiciona a meio caminho entre a simplicidade da
estrutura base e densidade dos arranjos ( o tema “Every single time” funde o
pós-punk de Manchester com as mantras cósmicas dos Popol Vu ou o kraut dos La
Dusseldorf ). Diferente, embora não excessivamente distante de “Pleiades”,
“Every
Vibrating
Body” é um daqueles cds “avant la lettre”, que nos dias de hoje não
obterá seguramente nenhum tipo de destaque.
Porém dentro de duas décadas, também seguramente, será avidamente
procurado por curiosos, coleccionadores e/ou estudiosos destes fenómenos.